sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A inacreditável história de um médico sem diploma

Por Unknown,

Hamilton Naki, um sul-africano negro, de 78 anos, morreu no final de maio. A notícia não rendeu manchetes, mas a história dele é uma das mais extraordinárias do século 20. "The Economist" contou-a em seu obituário.

Naki era um grande cirurgião. Foi ele quem retirou do corpo da doadora o coração transplantado para o peito de Louis Washkanky, em dezembro de 1967, na cidade do Cabo, na África do Sul, na primeira operação de transplante cardíaco humano bem-sucedida.

É um trabalho delicadíssimo. O coração doado tem de ser retirado e preservado com o máximo cuidado.


Naki era, talvez, o segundo homem mais importante na equipe que fez o primeiro transplante cardíaco da história. Mas não podia aparecer porque era negro no país do apartheid. O cirurgião-chefe do grupo, o branco Christian Barnard, tornou-se uma celebridade instantânea. Mas Hamilton Naki não podia nem sair nas fotografias da equipe. Quando apareceu numa, por descuido, o hospital informou que era um faxineiro.

Naki usava jaleco e máscara, mas jamais estudara medicina ou cirurgia. Tinha largado a escola aos 14 anos. Era jardineiro na Escola de Medicina da Cidade do Cabo. Mas aprendia depressa e era curioso. Tornou-se o faz-tudo na clínica cirúrgica da escola, onde os médicos brancos treinavam as técnicas de transplante em cães e porcos.

Começou limpando os chiqueiros. Aprendeu cirurgia assistindo experiências com animais. Tornou-se um cirurgião excepcional, a tal ponto que Barnard requisitou-o para sua equipe.

Era uma quebra das leis sul-africanas. Naki, negro, não podia operar pacientes nem tocar no sangue de brancos. Mas o hospital abriu uma exceção para ele.

Virou um cirurgião, mas clandestino. Era o melhor, dava aulas aos estudantes brancos, mas ganhava salário de técnico de laboratório, o máximo que o hospital podia pagar a um negro. Vivia num barraco sem luz elétrica nem água corrente, num gueto da periferia.

Depois que o apartheid acabou, ganhou uma condecoração e um diploma de médico honorário. Ele nunca reclamou das injustiças que sofreu durante toda a vida.

Este assunto foi matéria de quase todos os grandes jornais norte-americanos.
Não se tem notícia de sua divulgação na imprensa brasileira.
A versão em português foi extraída da página da Aliança Cooperativista Nacional - Unimed.
A foto de rosto foi obtida na página da Internet do “The Washington Post”, dos Estados Unidos, e a outra na do “The Age”, da Austrália.

Toda essa obra é do Ari Cunha
vice-presidente do Correio Braziliense. 
Não adicionei nem removi sequer uma vírgula.

Sem palpites

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